Quero mais cor, mais amar...

Quero transformar as letras em aromas e levar os números ao limite das cores. Transformar o lógico em mais concreto ainda para que a ilógica do sentimento possa de alguma forma fluir na percepção mais estranha que tenho, porque só assim sei que estou a amar. Desejo chegar mais longe do que qualquer distância percorrida numa estranha estrada talvez achada, talvez perdida. Mas se para me encontrar irei precisar de me perder mais uma vez, então simplesmente virarei as costas ao medo e farei do desafio da conquista uma cor ainda por inventar. Quero mais cor, mais amar...

E eu que não quero acordar...

O toque do telefone que na cabeça soa, transporta a voz que, de alguma forma me transmite a certeza de um sorriso observado pelo som. Aperto com força as pálpebras para que possa sentir mais intensamente o sorriso. Dizes-me palavras que quero ouvir, transmites a emoção que quero receber e sorrio, mais uma vez sorrio. De novo me sinto invadido pelo teu olhar que à distância se transmite pelas palavras que me vão abraçando num completo ser que me tornam. Mais uma vez sorrio. Mais uma vez o teu olhar, transportado pelo telefone que na cabeça toca.... Na cabeça toca, na cabeça toca... E eu que não quero acordar...

Afinal deixar também pode ser amar...

Já fui metade do que querias e o dobro do que desejavas, palavras perdidas caídas, lágrimas no rosto encontradas. Choraste por raiva, por desespero, por paixão... Choraste muitas vezes com e algumas sem razão. E eu chorei e ri levantei e segui... e seguimos os dois em diferentes direcções. Se há tristeza? Não apenas uma alegria que nos invade e nos presenteia e afinal nos faz acreditar que amar é mais que ganhar... é saber deixar ir, deixar seguir, aprender, crescer... Afinal deixar também pode ser amar...